quinta-feira, novembro 11, 2010

Gastronomia Senegalesa


A comida... delicioso e importante componente da cultura dos diversos povos e culturas.
Certa vez tive a oportunidade de experimentar um delicioso almoço que nunca poderia imaginar que iria provar, e por isso escreverei sobre ele.

Um bom amigo senegalês, que aliás anda agora por terras alemãs, me convidou certa vez para comer na sua casa.


Entrando na casa dele, um exotico e diferente cheiro me deu as boas-vindas, não posso descrever como era este cheiro, por que nunca antes tinha sentido ele, só sei que era meio apimentado e com especiarias. Ele disse, que tinha preparado um dos pratos mais populares do Senegal, o Ceebu jen...

O Ceebu jen ou também chamado de Thieboudienne, tem o nome proveniente do dialeto Wolof e que é uma mistura dos nomes: arroz e peixe.

Resumindo, este prato consiste em arroz, peixe , verduras e molho tomate, mas na verdade o Ceebu jen, é mais do que isso, já que não é um molho tomate qualquer.

O gosto era maravilhoso, para mim, aquele molho era fantástico, era um pouco apimentado mas um pouco azedo por causa do limão, e aquelas verduras estranhas eram muito boas.
Procurei um pouco sobre a historia desta comida e assim saber mais das suas raízes, mas não encontrei, parece ser que é preparado faz muitos muitos anos e que é composto de alimentos que são facilmente encontrados no país e que tem também muitas formas de preparação. Apesar de não ter achado muito sobre a historia deste prato, achei a receita!... quem quiser arriscar...ai está, por favor se experimentarem, escrevam contando como ficou.
Achei umas receitas ai, que me pareceu q faltavam coisas, então achei uma mais completa e é essa a que estou postando. 

Há três etapas básicas para o Ceebu jen:
  1. Fritar a cebola e fritar o peixe com o molho
  2. Cozinhar os tomates e os outros legumes no óleo que foi usado para fritar o peixe.
  3. Cozinhar o arroz no caldo dos legumes 
 Ingredientes:
  • Cobertura
    • Uma ou duas pimentas doces (sweet peppers) ou pimentões bem picados.
    • Alho bem picado
    • Um pequeno ramo de salsinha ou uma folha de louro.
    • Sal
    • Pimenta malagueta picada (opcional, se não gostar de comidas muito apimentadas) 
  • Uma xícara de óleo de amendoim ou para obter uma cor mais vermelha utilizar óleo de palma (red palm oil)
  • 2 cebolas picadas
  • Molho tomate
  • 3 ou 4 tomates com ou sem pele
  • 1 ou mais das seguintes raízes e tuberculos:
    • Cenouras picadas
    • Mandiocas, tubérculos ou batatas cortadas
  • Pimentas malaguetas (podem usar-se as variedades habanero ou serrano) bem picadas. 
  • Uma ou mais das seguintes folhas e legumes:
    • Repolho picado
    • 1 ou 2 pimentões
    • um pouco de abóbora ou abobrinha
    • um pouco de beringela (descascada)
    • Quiabos inteiros mas com as extreidades removidas
Preparação:

Preparar a cobertura combinando os ingredientes e moendo-os até obter um tipo de pasta e acrescentar um pouco de óleo ou água. Cortar fendas profundas no peixe e colocar nelas a cobertura.Aquecer o óleo, fritar as cebolas e em seguida fritar o peixe durante alguns minutos de ambos os lados. Retire o peixe e reserve.

Misture o molho tomate e um copo de água no óleo da panela.Adicione os tubérculos e as pimentas e adicionar água até cobrir eles parcialmente, deixe ferver por 30 minutos ou mais. Acrescente os legumes e folhas e coloque o peixe frito em cima deles, e deixar ferver até que os legumes fiquem macios. A seguir, separe o peixe e os vegetais e também reservar um pouco do caldo dos legumes.

Adicione o arroz ao restante de caldo de legumes e adicione água ou remova o líquido que for necessário para obter duas partes de líquido para uma parte de arroz. Deixe ferver a fogo baixo com tampa até que o arroz esteja cozido. Dos vegetais que foram separados, retire a malagueta e combine-o com o caldo de legumes que tinha sido reservado numa panela e deixe ferver. Após isto, retire e elimine a pimenta.
Quando o arroz estiver pronto, coloque em um prato grande de servir, coloque o peixe e os legumes espalhados pelo arroz, espalhe um pouco do molho que ferveu com a pimenta e enfeite com salsinha e limão fatiado (para espremer depois no prato).







Deve dar um pouco de trabalho, mas prometo que vale a pena.

Hummmm...Bon apettit!

Receita retirada de: http://www.congocookbook.com/rice_recipes/ceebu_jen.html




domingo, outubro 10, 2010

Entrando nos contos da Europa do Leste

Atualizando o blog...finalmente!
Este post vai dedicado a um casal de amigos muito querido, sem eles, este post não tería sido escrito, espero que a informação publicada aqui esteja correta =)
Quis mudar de lugar geográfico, então por isso, decidí escrever sobre o folclore da Europa do leste, terra onde há uma enorme riqueza de contos e lendas. Tantas lendas e historias fantásticas, que trazem consigo uma variedade enorme de personagens e seres mágicos, maravilhosos e também terriveis, no meio de tanto personagem, escolhi dois deles, eles são Polednice e Vodyanoy.

Polednice

Como se sabe, na maioria dos contos e lendas que há pelo mundo, os personagens terriveis normalmente são noturnos ou estão asociados com a noite e a escuridão.Não é o caso da Polednice.
Polednice em tcheco, Poludnica em polaco e eslovaco, Poludnitsa em búlgaro ou chamada de Lady Midday (Senhora do Meio-dia) em inglês, é um demônio do meio-dia.
Geralmente é caracterizada como uma mulher vestida de branco que fica vagando pelos campos de cultivo e ataca aos trabalhadores por volta do meio-dia, causando a estes fortes dores de cabeça, sede, insolação e loucura. Geralmente este demônio do meio-dia, aparece nos dias quentes de verão e leva consigo umas tesouras, aparece só durante as horas mais quentes do dia.
Assim, na verdade Polednice é uma personificação de uma insolação.
Segundo as regiões, ela também é representada como uma velha bruxa, uma velha mulher ou até mesmo como uma menina.
Gosta de passear pelos campos à espera de encontrar alguém para lhe fazer uma pergunta, se a pessoa não responder esta pergunta ou desviar o assunto, Polednice fica enfurecida e amaldiçoa a pessoa com doenças e no pior dos casos, corta-lhe a cabeça, segundo relatos, com as suas tessouras.
Segundo vários contos, Polednice gosta também de sequestrar crianças que ficam brincando pelos campos de colheita.
Bem, não duvido de que este terrível personagem, ajudou a manter muitas crianças longe dos campos de cultivo, evitando roubos e estragos nas colheitas.





Vodyanoy / Vodník

Nas mitologias eslavas e nórdicas, ha um personagem conhecido como Vodyanoy na Rússia, Vodianyk na Ucrânia, Wodnik na Polônia e na Eslovaquia, Vodník na República Tcheca ou como Havmannen na noruega.
Este ser, é um espirito da água, do sexo masculino.
Há duas versões diferentes sobre este ser.
Vodyanoy, é representado normalmente como um velho homem nu, com barba e longos cabelos e que tem o seu corpo coberto de algas e lama. Suas patas têm membranas e no lugar das mãos tem caudas de peixe.
Este ser, costuma passear pelo seu rio fazendo espirros de água bem altos.
Segundo os contos, os afogamentos nos rios são causados por ele, quando Vodyanoy está enfurecido, ele pode quebrar barragens,moinhos de água e afogar pessoas e animais. As pessoas que são arrastradas por ele, são levadas para a sua casa embaixo da água e servem para ele como escravos.
A outra versão deste personagem, é retratada principalmente na República Tcheca e na Eslovaquia, nestes lugares este ser é chamado de Vodník (singular) e vodníci (plural), já que são vários seres destes que podem ser encontrados na natureza. As características deles, são diferentes às descritas para Vodyanoy, os vodníci, têm constituiçao e hábitos similares aos do ser humano com exceção de algumas características como terem brânquias e cabelo e pele esverdeados por causa das algas. Vai vestido como um mendigo, usa chapéus estranhos e normalmente é representado com barba por fazer ou até mesmo longas barbas molhadas e enroladas.
Há divergencias quanto às atitudes destes seres, pois às vezes são representados como bons e às vezes como maus. Os vodníci, afogam também pessoas e armazenam as almas delas em xícaras de porcelana com tampa. Para eles essas xícaras são seu patrimonio mais valioso, pois mostram o trabalho feito e quanto mais xícaras, mais riqueza e mais estatuto têm entre outros vodníci.
Outro passatempo destes seres é passear pelos seus territorios, jogar às cartas, fumar cachimbo ou apenas sentar na superfície da água.
Os pescadores costumam pedir ajuda ao Vodník colocando uma pitada de tabaco na água e dizendo: "Aqui está o seu tabaco, Senhor Vodník, agora me dê um peixe". Nos contos da República tcheca e Eslovaquia, os vodníci vivem em lagos e rios e praticamente não há ligação destes seres com o mar, pois supostamente o mar é perigoso e até mesmo mortal para estes seres.

Vodyanoy


Vodník

E estes são a Polednice e o Vodník, dois seres mágicos e lendários, que fazem parte da cultura das terras do leste europeu.

sexta-feira, agosto 13, 2010

A voz da terra : O didgeridoo

Falemos um pouco sobre música, ou melhor, falemos sobre um curioso instrumento musical (provavelmente já conhecido por muitos), falemos sobre o didgeridoo.

O didgeridoo é um instrumento de sopro utilizado pelos aborígenes australianos no qual, o som é provocado pela vibração do ar. Acredita-se que seja um dos instrumentos mais antigos do mundo, estudos arqueológicos baseados em pinturas rupestres sugerem que povos aborígenes já usavam o didgeridoo há cerca de 2.000 anos, apesar de que os povos aborígenes consideram que o didgeridoo tem uma antiguidade de 40.000 anos.
A palavra didgeridoo, ao contrário do que se pensa, não é de origem aborígene, este é o nome que os europeus lhe deram quando chegaram à ilha. Este instrumento tem uma amplia variedade de nomes que variam segundo os dialetos dos aborígenes, alguns o chamam de yidaki, outros de ginjungarg, ou eboro, ou djalupu, e outros o chamam de maluk. Parece ser que há pelo menos 45 formas diferentes de chamar este instrumento, que é muito importante nas inúmeras ceremonias destes povos.

Eles são elaborados a partir de troncos duros principalmente de eucalipto (Eucalitpus tetradonta) ou bambu. Geralmente os aborígenes cortam o tronco inteiro da árvore, mas se considerarem um galho o suficientemente forte também o podem utilizar. Muitas vezes os aborígenes autralianos aproveitam troncos já esburacados por cupins. Quando encontram uma árvore adequada , selecionam o galho, retiram a casca, adornam as extremidades e no bocal muitos colocam cera de abelha.

O instrumento é tocado com a continua vibração dos lábios para produzir o zumbido, enquanto se usa uma técnica especial de respiração chamada de respiração circular, a qual exige a respiração a través do nariz e que a expiração seja feita pela boca utilizando língua e bochechas. Esta vibração, ao ser amplificada pelas paredes do tubo, gera um fantástico som! É possivel modular a vibração mexendo os lábios e a língua e até mesmo adicionando sons provenientes da garganta.

Dependendo da tribo, as mulheres não sao permitidas de tocar o didgeridoo. Normalmente, não é tocado como instrumento solo, ele é tocado num conjunto bem integrado, no qual o participante bate com as duas mãos umas varas. Pode haver dois ou mais cantores que batem palmas e varas, porém nunca pode haver mais de um didgeridoo.

Estes instrumentos, medem normalmente entre 6 e 12.5cm de diâmetro e de 80cm a 2 ou mais metros de comprimento. No nordeste australiano, os didgeridoos são normalmente muito compridos, o que faz com que o som seja mais grave e quanto mais nos aproximamos ao oeste da ilha, mais curtos e mais agudos são.

Estudos médicos concluíram que tocar este instrumeno ajuda a reduzir o ronco e a apnéia durante o sono, já que com esta prática se fortalecem os músculos da via superior áerea, reduzindo os distúrbios durante o sono.

Os aborígenes australianos acreditam que se a terra tivesse voz, ela sería como o som do didgeridoo.

Escutem aqui como sería essa voz.

Saiba mais aqui:

http://es.wikipedia.org/wiki/Didgeridoo
http://books.google.es/books?id=hnOOqh6BdYIC&printsec=frontcover&dq=didgeridoo&source=bl&ots=Gkmcjq_bQP&sig=UOwadqL94iHLLt8r-svetW1HJyM&hl=pt-BR&ei=5fpcTOy5DcaI4Qaw46y3Bw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=10&ved=0CFYQ6AEwCTgK#v=onepage&q&f=false
http://aboriginalart.com.au/

quarta-feira, julho 28, 2010

Mulheres - girafa


Em um blog como este, não podería faltar um post sobre as incríveis e conhecidas mulheres-girafa.
Quem nunca viu imagens delas fazendo um zapping na televisão, em alguma National Geographic ou folheando alguma revista...?

As mulheres padaung (pescoço-comprido), formam parte do grupo étnico Kayan, Karen ou também chamado de Karenni, formando uma das minorias étnicas tibeto-birmanas da Birmania. Este grupo étnico, está formado apenas por 7.000 membros.
Originalmente pertenciam à Birmania, porém, na década dos 90, devido ao regime militar instaurado no país, muitos membros da tribo fugiram para a Tailandia, onde passaram a viver das esmolas dos turistas e as mulheres com seus compridos pescoços, passaram a ser um negócio, uma mistura de zoológico humano e espetáculo turístico. Porém há controvérsias dentro dos próprios membros da tribo em quanto a isto, já que muitas destas mulheres, defendem o seu direito de sobreviver com o dinheiro que recebem do turismo, já que podem chegar a ganhar 80 dólares por mês.
Todas as mulheres da tribo, por tradição, tentam estirar o seu pescoço, porém a lenda diz que apenas as nascidas numa quarta-feira de lua cheia, adquirem o privilegio de se convertirem em autenticas mulheres-girafa, e or isso, são veneradas na tribo desde pequenas.
Estas mulheres, vão alongando o pescoço, colocando aros dourados de arame e bronze, e mais aros vão sendo colocados em volta do pescoço com o passar do tempo, simbolizando experiência.
Estes aros, são vitalícios, raramente são tirados. Há varias historias sobre o por que deste costume, alguns antropólogos dizem, que estes aros em volta do pescoço, protegiam as mulheres contra mordidas de tigres ou outros predadores, outros dizem, que era uma forma de fazer as mulheres menos atrativas para as tribos vizinhas, protegendo-as desta forma do comercio de escravos, outros, acreditam que é uma forma de imitar o pescoço de um dragão, criatura sagrada na região, mas segundo elas, é por que estes aros são uma identidade tribal associada à beleza e por que suas mães também usaram estes acessórios.
Ao contrário do que se pensa, quando os aros são retirados, as mulheres não morrem sufocadas, porém sentem certas dificuldades.
As meninas são preparadas desde os 5 anos de idade para usar estes aros, e a colocação do primeiro inclui uma cerimônia de iniciação. A cada dois anos, a cerimônia se repete, adicionando um aro mais alto. Até a terceira idade, uma mulher padaung, pode ter o pescoço esticado até 25 cm.


Segundo estudos, não é o pescoço que cresce, mas são os ombros que descem, a clavícula vai cedendo com o peso dos aros e desta forma, quatro vértebras torácicas passam a integrar a estrutura do pescoço.
Crimes como o adultério, são punidos pela tribo com a eliminação dos anéis, condenando a mulher a sofrer dores e ter dificuldades em segurar a cabeça pro resto da vida.
O regime militar birmano, tentou fazer desaparecer esta pratica, ao tentar mudar a imagem de país pouco desenvolvido, muitas mulheres romperam a tradição, mas muitas delas, por sua identidade social e outras por verem que é um negocio “rentável” com os turistas, conseguiram manter esta curiosa tradição.


Saiba mais...
http://sinbarreras.obolog.com/padaung-mujeres-cuello-jirafa-555531

http://www.hoy.com.ec/noticias-ecuador/padaung-sobreviven-gracias-al-turismo-317495.html

http://www.falandoemjoias.com/2010/aneis-de-pescoco-padaung-mianmar/


terça-feira, junho 29, 2010

Voando com "Los Voladores de Papantla"



As danças indígenas da América Hispanica, foram proibidas durante muitos anos pelos espanhóis, porém uma das que mais resistiu, foi “El Juego del Volador”, esta dança, foi preservada principalmente pelos grupos mexicanos nahuas e totonacos , presentes na Serra Norte de Puebla e no Totonacapan de Veracruz, sendo muito popular e difundida em Papantla, Veracruz, e por isso os “dançarinos” são conhecidos como “Voladores de Papantla”.

As origens desta ceremonia não são certas, mas provavelmente seja da época prehispanica. Conta a lenda, que faz muitos , muitos anos, houve uma grande seca na região de Totonacapan que trouxe muita fome, morte e doenças para os povos desta região. Um grupo de velhos feiticeiros tiveram uma visão, e encomendaram a um grupo de jovens a tarefa de procurar e cortar a árvore mais alta do monte, para utilizá-la num ritual com música e dança para pedir ajuda aos deuses e que estes lhes concedessem chuva e fertilidade para a terra. Esta dança deveria ser feita desde as alturas, para que as preces fossem ouvidas mais facilmente pelos deuses.Parece ser, que o ritual foi bem sucedido, e por isso passou a realizar-se periodicamente, transformando-se numa pratica permanente.

Esta ceremonia, nao se inicia na dança. Tudo começa na seleção da árvore, que é escolhida pelo chamado “caporal” e que é a máxima autoridade do grupo, quando escolhe a árvore, dança em volta dela, e pede perdão aos deuses por tirar a vida de um ser vivo. Originalmente utilizavam-se apenas 3 variedades de árvores:
Zuelania ghidonia, Aspidosperma megalocarpon e Carpodiptera ameliae, já que são árvores com troncos fortes e resistentes.A arvore é cortada e são retiradas as ramas e folhas e segundo a tradição, ninguém podia passar por cima do tronco e também nenhuma mulher o podia tocar, pois isto traria má sorte aos “voladores”.

Uma vez escolhido o local para fixar o tronco, teciam em volta dele uma escada e novamente faziam um ritual com oferendas para que o tronco não tirasse a vida a nenhum dos participantes.

A musica é composta por um tambor e uma pequena flauta que é tocada pelo próprio “caporal”. O "caporal" fica sentado na ponta superior do tronco (de 20 a 30 metros de altura) tocando estes instrumentos e dando pequenos saltos ao ritmo da musica, e os “voladores”, que são quatro ( cada um representando os pontos cardeais: Norte, Sul, Este e Oeste) começam a girar em volta do tronco, fazendo isto em queda livre, apenas segurados por uma corda. Quando os “voladores” se encontram a uma altura próxima do solo, giram o seu corpo, posicionando-o de forma normal e aterram. Estes dançarinos são treinados desde os 10 anos de idade.
Cada sinal que o “caporal” faz, é um tipo de acrobacia e a cada uma delas, cada “volador” pula em queda livre, girando 13 vezes cada um deles, que multiplicado pelos quatro “voladores” dá um resultado de 52. Este número é o símbolo do ciclo de 52 anos do calendário indígena (Xiuhmolpilli).
Existe a “Unión de danzantes y voladores” que preservam a tradição desta dança, já que muitos “voladores” nos últimos tempos têm modificado o ritual. Por exemplo alguns utilizam tubos de ferro em vez de um tronco de madeira e muitos superam o número de 13 voltas, comercializando o ritual como espectáculo.No dia 30 de setembro de 2009, a “Ceremonia Ritual de los Voladores” foi declarada Patrimonio Inmaterial da Humanidade pela Unesco.


Andando pelo México, alguma vez eu já vi estes "voladores" e a sua dança... são sem dúvida incriveis!



Video :


Leia mais: www.voladoresdepapantla.com




sexta-feira, junho 18, 2010

Escrevendo sobre Chipayas

Toda cultura é conseqüência de um processo histórico, aprofundizar os conhecimentos sobre as raízes que a sustentam, nos permite além de conhecê-la mais, respeitá-la.

A cultura Chipaya, faz parte da riqueza da cultura boliviana, é uma cultura muito antiga que remonta a 2.500 A.C, sendo a cultura mais antiga da América. Se encontra localizada no departamento de Oruro, em pleno altiplano boliviano a aproximadamente 4.000 metros acima do nível do mar. É um território frio e seco que ao mesmo tempo contrasta com o calor do deserto e em épocas de chuva sofre inundações, neste ambiente tão contrastado, os chipayas têm sobrevivido. Além disso, cabe ressaltar, que eles também sobreviveram ao processo de colonização e atualmente ao processo de globalização.


Os Chipayas, se denominam a si mesmos como qhwaz-zh zhoñi o que significa “homens da água”, esta denominação se refere a situação destes indígenas no passado, quando tinham um enorme sistema lacustre no seu entorno e que foi dissecando graduamente ao longo dos anos. São um povo que como muitos outros se dedicam aos cultivos, elaboração de tecidos, construção de vivendas, caça e pesca.


Um aspecto que chama bastante a atenção sobre os Chipaya é a sua organização urbana e a forma das vivendas. Os Putukus são as estruturas de pau-a-pique de forma cônica. A porta destas vivendas está sempre virada em direção ao leste do continente. A construção de todas as vivendas, deve começar pelo ritual chamado de Ch´alla, onde os futuros habitantes da vivenda, seus familiares y ajudante realizam uma cerimônia acompanhada de álcool, cigarro e coca.


Dentro das suas tradições, eles tem os deuses ou Mallakus , que são os deuses masculinos e as T´allas deusas femininas. Estes deuses geralmente são elementos da natureza como, por exemplo, Pachamama (Mãe terra). Todas as atividades deles, desde a construção de uma vivenda, a mudança de estação ou uma colheita, são acompanhadas por uma série de rituais.

A língua deles é uma das mais antigas do altiplano peruano-boliviano, que moderadamente integra hoje o que se denomina a família lingüística uru-chipaya.

As mulheres têm um penteado característico, que consiste em 60 pequenas tranças distribuídas de ambos os lados da cabeça.

Hoje em dia, os Chipaya, se encontram em vias de extinção( apesar de terem sido mais resistentes do que outros indígenas da região) sua existência depende de que o mundo ocidental os deixe permanecer tranquilamente no altiplano. A bicicleta é o que mais incorporaram para a sua vida da cultura ocidental. As mulheres chipayas, se negam a vestir roupas com tecidos que não sejam deles, de tecidos de ovelha, usar vestimentas de nylon ou outras fibras, é impensável! São um grupo étnico muito isolado, e com um idioma muito conservado, e que lutam contra o mundo inteiro para continuar sendo quem eles são...os Chipaya.




Mais sobre os Chipaya...

http://architecthum.edu.mx/Architecthumtemp/ensayos/chiyapas.htm

http://books.google.es/books?id=zOGsJ1IdFt4C&pg=PA25&lpg=PA25&dq=indios+chipaya&source=bl&ots=PHD47b86Q8&sig=aupvNi5zRN_UgOvEQkA76W3nEYE&hl=pt-BR&ei=aMEbTOaqNoGv4QalhtSXCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=9&ved=0CEEQ6AEwCA#v=onepage&q=indios%20chipaya&f=false

http://rodrigoaliagafotos.blogspot.com/2009/04/los-chipayas-cultura-milenaria.html