sexta-feira, maio 27, 2011

Rostos do Mundo

Sobre Povos e Culturas, compartilha com vocês este vídeo.
É um vídeo que mostra a cor da humanidade, essa diversidade cultural, um vídeo com vários rostos de pessoas de diferentes lugares do mundo, de diferentes costumes, culturas e religiões. Nos olhos de cada uma destas pessoas, espelha-se a alegria ou a tristeza, podemos imaginar até o porque desses sentimentos.
Por que ao final de contas, somos todos um só!


terça-feira, maio 24, 2011

Watusi, a etnia dos altos


Acho que já devem ter ouvido falar sobre os watusi, uma etnia africana mas talvez não conheçam por esse nome. Fisicamente as pessoas desta etnia costumam ser esbeltas, altas, magras com longos braços e longas pernas. No idioma kinyarwanda o termo tutsi refere-se a um número indeterminado de pessoas desta tribo, o singular é batutsi e o plural é watusi.

São a etnia mais alta do mundo e são conhecidos por isso, a altura média é de 1.95m para os homens e de 1.77m para as mulheres, acredita-se que esta altura, é resposta a uma adaptação genética.
Os watusi ou tutsi, localizam-se na Ruanda e ao leste do Congo. Acredita-se que os tutsi migraram para Ruanda faz mais de quatro séculos. Antropologistas ainda estudam o porquê as pessoas desta etnia são tão altas, uma possível explicação é que são descendentes dos chamados gigantes de Jericó, que moravam nesta cidade e que foi invadida pelo povo judeu, com as legiões de Josué. Os habitantes de Jericó fugiram então supostamente para a África, e depois de muitos séculos misturando-se com outras tribos africanas, a altura acabou reduzindo-se. Foram o ultimo povo a assentar-se em Ruanda, os habitantes nativos em Ruanda eram os twa (um povo pigmeu) e os hutus, os tutsi chegaram e dominaram os hutus e os twa e formaram vários reinos.
Desta etnia é característica também a dança tribal watusi. Tornozeleiras com sinos e chocalhos, marcam o ritmo, a terra treme ao som dos tambores. A dança começa com aproximadamente 10 homens, depois já são cinquenta e depois cem... a velocidade aumenta conforme vai unindo-se gente à dança, tentei achar algum vídeo em internet sobre esta dança... e achei!!! 

Esta etnia vivenciou uma grande tragédia em 1994, que ficou conhecida como o Genocidio de Ruanda, o filme Hotel Ruanda (2004) trata sobre esta tragédia africana. Fiquei um pouco na dúvida sobre se deveria ou não abordar este tema, por que foge um pouco à temática, porém acho que é muito errado deixar este assunto em branco, abandonado no silencio.

O Genocidio de Ruanda
 
Como comentei, os tutsi chegaram e haviam outras tribos na região. Os tutsi estavam ligados principalmente a tarefas com o gado e foram favorecidos pelos colonialistas alemães  e depois pelos colonialistas belgas. Estes últimos quando chegaram separaram mais fortemente quem pertencia a uma etnia e quem pertencia à outra e incentivaram o ódio e o racismo entre elas. Enquanto os tutsis tinham acesso à educação e a chegar ao poder, os hutus, que eram principalmente agricultores eram rejeitados nas escolas. Parece ser que os tutsi, formavam uma minoria que não ultrapassava o 16% das outras tribos que dominavam, assim os hutus, que eram maioria na região, estavam sometidos a uma minoria tutsi que os tratava como servos.
Com a descolonização, os belgas abandonaram Ruanda e quem chegou ao poder foram os hutus e no meio de uma sociedade tão dividida e racista, os hutus, procuraram a vingança, o que desencadeou uma grande tragédia. Houve um massivo extermínio de tutsi em Ruanda, foi um dos massacres mais grandes da era moderna, os hutus matavam com facões aos tutsi, pois segundo eles um tutsi não merecia o gasto econômico que significava uma bala.
Todo o mundo denunciava a todo o mundo... Vizinhos denunciavam vizinhos... Qualquer um agarrava uma faca e cobrava vingança por centos de anos de escravidão. Não importava que fossem uma mesma raça, um mesmo povo, uma mesma historia... Crianças, mulheres, doentes, idosos, religiosos... Não importava, se fossem tutsi eram o inimigo.
Perguntarão como se reconheciam depois de tantos anos de mistura entre tribos... No documento de identidade de cada um, estava escrito a qual das duas etnias pertencia. Em Ruanda, a genealogia vai por via paterna, por tanto nos casos de matrimônios misturados, se o pai era hutu e a mãe tutsi, a criança era considerada como hutu. Isto foi uma regra, institucionalizada pelos belgas, antes de abandonar o poder. As distinções foram eliminadas do cartão de identidade em 1994 após o genocídio. Não é possível distinguir os cidadãos por que não há rasgos raciais nem linguísticos específicos para hutus e tutsis. Geneticamente, há pouca ou nenhuma diferença genética em destaque entre hutus e tutsi, é mais bem uma diferença social.
O genocídio foi financiado, pelo menos em parte, com o dinheiro de programas de ajudas internacionais, tais como a proporcionada pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetario Internacional. Estima-se que se gastaram cerca de 134 milhões de dólares na preparação do genocídio.
Enquanto acontecia esta barbárie, o mundo inteiro não se importou e não intervieram para deter o conflito. No caso da Franca, Bélgica e Alemanha, países com interesses na região desde o século XIX, o comportamento não foi muito solidário. Quando se deu o conflito, as forcas internacionais chegaram a Ruanda, mas só para evacuar aos cidadãos brancos e devolve-los aos seus países de origem, com ordens de não intervenção. Kofi Annan que era futuro Secretário Geral das Nações Unidas, deu ordem pra se manterem a margem e depois ordenou a retirada dos soldados de capacete azul, deixando a população civil totalmente sem proteção.
Provavelmente nunca saberemos quantos mortos realmente houveram no genocídio também não saberemos quantas foram provocadas com a vingança tutsi, apesar de ser chamado também de genocídio, não chega a ser comparável ao genocídio causado pelos hutus. Estima-se que em apenas 100 dias, exterminaram-se aproximadamente 800.000 tutsi, 300.000 deles eram menores de idade e mais de 95.000 crianças ficaram órfãs. Praticamente todas as crianças foram testemunhas deste horror, milhares delas foram vitimas da brutalidade e outros muitos foram obrigados a participar em operações militares e a cometer atos violentos em contra da sua própria vontade.
Este é um resumo do que foi esse genocídio, mais um capitulo triste e sangrento para o livro da historia da África.

sábado, maio 14, 2011

Zadie Bobo

Fuçando por ai... Fui dar com este vídeo. A música se chama Zadie Bobo, e é de um cantante da Costa do Marfim, que se chamava Ernesto Djédjé.

Ernesto Djédjé nasceu em 1948 em Daloa, começou a tocar como guitarrista de Ivoiro Star, uma banda muito conhecido naquela época na Costa do Marfim. Em 1968, foi morar em Paris, lugar ao que foi estudar e onde continuou atuando como músico e onde fez a sua primeira gravação em 1970. 

Em 1972 retornou ao seu país para conduzir a Orquestra de São Pedro e mais tarde formou uma banda que se chamava Les Ziglibithiens e que foram pioneiros de um estilo musical chamado Ziglibithy, um tipo de musica que é uma mistura de música de raiz Beté  combinado com ritmos congoleses. 

Djédjé gravou seu primeiro album em 1977 e chamou-se Ziboté e nesse mesmo ano lançou também outro álbum chamado Le Roi de Ziglibithy. Outros discos dele foram  lançados posteriormente, todos eles muito raros de serem encontrados hoje em dia, porém têm sido reeditados em CD pela Musica Popular Africana, com sede na Alemanha. O presidente da Costa do Marfim, Houphouet Boigny, parabenizou a este artista em 1982 por suas contribuições à cultura nacional. 

Djédjé faleceu em 1983, subitamente com apenas 35 anos, dizem que foi devido a uma úlcera não tratada, embora muitos afirmem de que na verdade ele foi envenenado.
Deixo aqui o vídeo, que, aliás, mostra imagens da África!!  Disfrutem…!!


segunda-feira, abril 11, 2011

Rodopios e êxtase místico


Os dervixes são monges muçulmanos que geralmente adotam uma vida nômade de abnegação e que fazem votos de pobreza, humildade e castidade. 
A palavra dervixe vem do persa e significa monge maometano, há diversas grafias possíveis para estes monges, sendo as mais comuns além de dervixe, dervis e dervishe.  
 Os dervixes têm a sua origem em um dos momentos mais esplendorosos da historia do Islão durante o século XIII na Turquia. São um grupo que está agrupado dentro do sufismo , rama mística, filosófica, cientifica e poética do Islão.

Estes monges são vistos muitas vezes como mendigos, pedindo dinheiro, porém não podem gastar este dinheiro com eles mesmos, eles são obrigados a dar este dinheiro para outras pessoas pobres.
Há varias ordens de dervixes que apareceram e desapareceram durante os séculos  e cada uma tem o seu fundador, seus trajes característicos e o seu ritual que pode variar podendo ser a repetição de frases sagradas ou danças giratórias, como as características da ordem Mevleví da Turquia. 
Esta ordem de dervixes rodopiantes (dervishes mevlevíes), foi fundada pelo poeta Jelaluddin Mevlana Rumi no século XIII e centro desta ordem está em Konya, na Turquía  cidade onde  também atualmente descansam os restos mortais do poeta numa mesquita que foi convertida em museu. 

Os mevlevíes deram ao mundo uma série de músicos e poetas dentre eles se destacam Sheikh Ghalib, Ismail Ankaravi e Abdullah Sari.
A ordem mevleví foi proibida na Turquia em 1923 por Kemal Ataturk, mas nos anos 50, o governo deu-se conta que a dança dos dervixes era uma grande atração turística e permitiu novamente que os dervixes mevlevíes realizassem a sua dança. Hoje em dia os dervixes costumam apresentar-se na Turquia em lugares turísticos e também em festivais estrangeiros de musica.
A dança giratória desta ordem é uma dança-meditação chamada de Sema que é unicamente masculina e é acompanhada por flauta, tambores e violinos chamados kamanché. A Sema somente foi proclamada como cerimonia mevleví em 2005 e em 2008 foi inscrita na lista representativa do Patrimonio Cultural Inmaterial da Humanidade da UNESCO.
Os homens giram sobre si mesmos com os bracos estendidos facilitando estados alterados de consciência e de êxtase místico.  A essência deles é girar seguindo a direção do coração.  
A mão direita coloca-se estendida com a palma da mão virada para cima e a mão esquerda se dirige para a terra. Desta forma os dervixes sao como um canal, os mediadores entre o céu e a terra. Assim, com este rodar rítmico, pretende-se entrar em união com o Todo e observar a face de Deus  em todas as partes.
Vejam no video a seguir, uma apresentação de dervixes:


" Dançar para elevar-se, dançar baile de poesia, séculos de ciência, rotação na alegria, Alá é um grande sorriso. Dançarão, sim, dançarão durante toda a noite e muitos dias próximos, vão girar até ficarem exaustos, cairão no chão e cantarão suave e lentamente até o amanhecer. Dormirão para sonhar que são planetas, sois e astros errantes que giram à procura de Deus ".

segunda-feira, março 14, 2011

Hanami

Uma homenagem ao povo japonês e à sua cultura neste pequeno blog,

Sabe-se que este povo tem muita tradição e folclore, e entre todas elas, li sobre o chamado Hanami (花見), achei muito bonito.
O Japão tem as suas estaçoes do ano muito bem definidas, primavera, verão, outono e inverno têm as suas caracteristicas muito bem marcadas. Os japoneses sabem valorizar isso como ninguem, muitos dos costumes e tradiçoes demonstram o respeito que têm pela natureza, o Hanami é um desses costumes.
Hanami, traduzido do japonês ao português significa apreciar flores, é um costume no qual os japoneses saem aos parques, templos, beiras dos rios e até mesmo às ruas e fazem pique-niques e se reunem com amigos e familiares embaixo das arvores de cerejeira (cerejeira em japones= sakura) para observar suas flores, isto acontece em Março e Abril.
As flores de cerejeira marcam o fim do inverno e a chegada da primavera e  florescem antes nas regiões mais quentes do país. Os japoneses gostam muito destas flores porque sua forma e cor, refletem os ideais de pureza e simplicidade. 

Estas flores, têm vida muito curta, desabrocham em um ou dois dias e depois são levadas pelo vento, por essa pouca durabilidade de um espetáculo da natureza tão bonito, surgiu esta tradição. Há documentos que provam que esta tradição existe desde há muitos anos e que durante a era Heian (794-1185) esta festividade era apenas reservada aos ricos, que se reuniam para escrever poemas e cantar sobre as cerejeiras, a popularização veio somente durante a era de Edo (1688-1704) e desde então tornou-se um costume para quase todos os japoneses.
Há ate uma predição (sakurazensen, 桜前線) que é anunciada todos os anos pela oficina de metorologia, na qual se anuncia quando as cerejeiras irão florescer em cada região do país.

Mapa de prediçao do florescimento

Os melhores locais para observar esta tradição, são o Parque de Koishikawa no Tokio e a cidade de Nara.